Sociedade e nossa participação na culpa pela desigualdade

Desigualdade

O ser humano não é bom em admitir as coisas. Seja para si ou para a sociedade.
Acreditar em mentiras “agradáveis” sempre foi preferível à verdade.

Vamos falar sobre:

Tirar vantagem sobre os outros

Quando lemos notícias que falam de fulano que tentou lesar a previdência, retirando o salário mínimo de um parente já falecido ou, que roubou um pão e leite para dar de comer aos filhos, cresce a pergunta:

Isso é culpa de quem? Muitos dirão:

Dos vagabundos que preferem roubar a trabalhar.

Isso pode ser aplicado às inúmeras pessoas que roubam cartões de crédito; fazem esquemas de phishing para roubar dados pessoais e dinheiro das contas de cidadãos comuns; alguns políticos que se elegem só para tornar-se corruptos profissionais, entre outros milhares de exemplos.

Nossa sociedade fomenta a desigualdade

Esse pensamento simplista não pode ser generalizado e aplicado a todos que cometem erros por estarem simplesmente desesperados.

O desespero e o erro, em uma sociedade extremamente desigual, como a brasileira, torna-se comum e por consequência, as pessoas são levadas a atos ilegais porque não tem o que comer ou dar de comer aos seus.

Existem inúmeros desempregados há anos em nossa sociedade, que não proporciona empregos para todos e, onde quem é recém formado ou tem mais de 50 anos é um pária para as empresas e para o Estado.

Ademais, os aposentados do INSS são jogados na miséria pela Nação que os explorou e cuspiu fora, apesar de ter enriquecido com seu trabalho.

O Estado no cálculo da desigualdade social

Acrescentemos os impostos abusivos que recaem sempre sobre os mais pobres:
A carga tributária total do pão é de 16,25%, por exemplo.

É difícil saber o valor atual do kg do pão francês no Brasil. A disparidade de preços é enorme.

Utilizaremos o valor médio de R$ 15,00, em pesquisa realizada na segunda quinzena de abril de 2024, em uma grande rede de supermercados do Rio de Janeiro:

1 kg de pão R$ 15,00
16,25% de impostosR$ 2,44 aproximadamente
Salário Mínimo NacionalR$ 1.412,00
% do SM desse imposto0,1728%

Parece bem pouco não? Muitos dirão:

Qualquer um pode comprar pão no Brasil!

Façamos agora outro cálculo, comparando o % do imposto de 1 kg de pão em relação a um salário hipotético de R$ 10.000,00.
Os ganhos da maioria de nossa população nem chega perto desse valor, entretanto, políticos e alguns funcionários públicos “especiais” e executivos de “sucesso” ganham BEM mais. O que dizer dos milionários então?

Vamos ao cálculo:

Salário hipotético                 R$ 10.000,00
16,25% de impostos/kg pãoR$ 2,44 aproximadamente
% do imposto de 1 kg pão   0,0244 % (Em relação aos R$ 10.000,00)   

Para esse salário hipotético, o imposto de um kg de pão impacta 7 vezes MENOS seus ganhos, do que para quem ganha um salário mínimo.

Portanto, dá para comprar MUITO mais coisas. Como diz o ditado,

quem tem mais chora menos.

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Necessidades humanas em sociedade

É aí que começa o problema.
As pessoas não vivem apenas de pão, elas têm INÚMEROS gastos para sobreviver, como por exemplo água, alimentos diversos, energia, REMÉDIOS, condução, vestuário, entre muitos outros mais. Imaginem então seus gastos se quisessem viver nos padrões médios da população.

Começa a ficar claro o porquê de não podermos generalizar atitudes de quem comete erros para dar de comer a si e aos seus.

Agora, vem a questão da culpa. Muitos dizem:

Esse pessoal tem dezenas de filhos, é óbvio que passam fome!

Mais uma vez, pensamento simplista.

O que eles chamam de “esse pessoal”, são os pobres que não tiveram acesso à educação; tiveram péssima saúde por não terem onde e como tratar-se; que já vem de famílias com pobreza crônica e que convivem com a violência diariamente em suas vidas em ambientes onde as drogas são baratas e uma válvula de escape para suas terríveis condições de vida.

É claro que os que tiveram a sorte de nascer em ambientes diferentes, não conseguem enxergar essa realidade e creem que a situação em que essas pessoas pobres se encontram é culpa delas. Mas NÃO é.

Pobreza
Imagem: Mumtahina Tanni / Pexels

Responsabilidade social de todos

É culpa de sociedades (e óbvio o governo dos Estados nacionais está aqui contido), como a nossa, onde os recursos escassos que a natureza proporciona são destruídos, tomados para benefício próprio pelos capitalistas selvagens, que só enxergam o lucro imediato, sua individualidade exacerbada e que não se importam em utilizar os outros (mesmo que sejam parentes) como degraus para atingir “alturas” astronômicas em seus egos inchados e mal formados. Não há nada pior que a “tríade” dinheiro, fama e poder para “enlouquecer” as pessoas, basta ler as notícias diárias.

Não podemos esquecer que vivemos em uma sociedade, onde TODOS têm os mesmos direitos, simplesmente por existir.

E muitos cometerão erros, graves inclusive, para obter um quinhão dos recursos que lhe são negados. Isso impacta fortemente os demais com o aumento da violência.

Quando um está mal, ninguém pode ficar bem.

Roubando recursos dos outros na sociedade

Claro que pelo uso da força e da manipulação os direitos da maioria são simplesmente atropelados.

Como fazem os “predadores” humanos para “enganar” os outros na sociedade e roubar seus recursos?

Mantendo na ignorância as pessoas, dificultando sempre seu acesso à educação de qualidade e com isso impedindo-as de pensarem por si próprias e ficarem expostas a “influenciadores”, que muitas vezes não tem boas intenções;

Religiões;

Passatempos que não trazem benefícios para a vida, como assistir esportes (praticá-los já é outra história que deve ser estimulada); assistir programas imbecilizantes na TV ou redes sociais que na maioria das vezes estão baseados em mentiras e fomento de conflitos, não em cooperação;

Políticos Oligarcas, que facilmente são empossados e reempossados em seus cargos ao utilizarem a alienação da maioria em benefício próprio e de seus lobbies de interesse, que obstaculizam sem piedade as ações de outros políticos, que muitas vezes tem boas intenções;

– Diversas outras formas de engodo social, afinal, os seres humanos são extremamente criativos.

Círculo vicioso

Essas atitudes não impactam somente nas pessoas, elas impactam no ecossistema que forma a Terra (fauna, flora, água, atmosfera, solo fértil, etc) e que hoje nos damos conta graças à mudança climática que enfrentamos e que foi negligenciada por tanto tempo. Ainda há muitas pessoas que usam seus interesses econômicos para negar ou simplesmente ignorar esses problemas, terminais para a sociedade humana:

Me interessa o hoje – e o meu – que se virem as gerações futuras.

Crescimento populacional humano desenfreado e recursos cada vez mais escassos e dilapidados são o resultado dessa “corrida ao precipício”, não de lemingues, mas da própria humanidade.

Consequentemente, é uma lástima que eu, pertencendo à espécie humana, também tenho minha parcela de culpa nessa situação, bem como TODOS os representantes de nossa fracassada espécie.

Para saber MUITO mais

Acesse os links para ler parte do conteúdo gratuitamente:

Armas, germes e aço – Jared Diamond – Editora Record, 2017

Colapso – Jared Diamond – Editora Record, 2005

Metrópole – Ben Wilson – Companhia das Letras, 2020

Perfil do Autor

Henrique Fernandez
Administrador de Empresas com pós-graduação em Análise de Sistemas e MBA em e-Management pela FGV. Com vários anos de atuação profissional, trabalhou em empresas como Copersucar, SENAC, SEBRAE, entre outras. Com vasta experiência em cargos técnicos e gerenciais, foi também professor universitário, além de possuir ampla vivência em treinamento empresarial.
É especialista em Sistemas, gestão, RH, finanças, logística e nas normas ISO 9000, sendo Lead Auditor pela Perry Johnson Inc. e desenvolveu, inclusive, softwares para essa área. É autor dos livros Falir Jamais! - Gestão Correta X Crise e Evitando a Falência - Garanta o Sucesso de Seu Negócio, além de escritor de vários artigos sobre gestão empresarial e educação, publicados em jornais, revistas e mais de uma centena de sites na internet.

Henrique Fernandez

Administrador de Empresas com pós-graduação em Análise de Sistemas e MBA em e-Management pela FGV. Com vários anos de atuação profissional, trabalhou em empresas como Copersucar, SENAC, SEBRAE, entre outras. Com vasta experiência em cargos técnicos e gerenciais, foi também professor universitário, além de possuir ampla vivência em treinamento empresarial. É especialista em Sistemas, gestão, RH, finanças, logística e nas normas ISO 9000, sendo Lead Auditor pela Perry Johnson Inc. e desenvolveu, inclusive, softwares para essa área. É autor dos livros Falir Jamais! - Gestão Correta X Crise e Evitando a Falência - Garanta o Sucesso de Seu Negócio, além de escritor de vários artigos sobre gestão empresarial e educação, publicados em jornais, revistas e mais de uma centena de sites na internet.